O Reino da Beleza, com estreia no Brasil prevista para julho e que ganha um lindo cartaz nacional, o filme conta a história de arquiteto Luc Sauvageau (Éric Bruneau)de Quebec, casado com Stéphanie (Mélanie Thierry), que vai a Toronto participar de um colóquio. Durante a viagem, ele conhece e se encanta por uma mulher intrigante, Lindsay (Melanie Merkosky). Luc acaba se apaixonando pela mulher e começa um relacionamento complicado, apaixonado e tortuoso com ela.
A presença de Lindsay (Melanie Merkosky), responsável, inclusive, por acessar o passado – já que a maior parte do longa-metragem ocorre em flashback – simboliza a interdição amorosa dessa desestabilização ampla que vai acometendo Luc, responsável por acelerar a demolição de seus ideais. Nas mãos de um cineasta menos atento às complexidades e mais afoito em garantir um fácil envolvimento emocional do espectador, O Reino da Beleza poderia ter se tornado um drama banal, especialmente se centrado no adultério e nas implicações morais das atitudes do protagonista. Sob a batuta de Denys Arcand, o que temos é uma realização que vai se desnudando lentamente, com tempo suficiente para saborearmos o que as pessoas em cena têm a nos oferecer, sem apelar a julgamentos ou a outras formas de reduzir os sentimentos em voga a um emaranhado de convencionalismos. Prova disso é a manifesta dor, oriunda da sabida impossibilidade, que sobrevém aos encontros tórridos de Luc e Lindsay.
Enredo....
Stéphanie (Mélanie Thierry), esposa de Luc, possui olhar predominantemente vago, característica que denota uma depressão sem porquês visíveis. Rodeada de amigos, aproveitando uma existência sem privações financeiras, devidamente valorizada no ambiente de trabalho, ela não teria, a priori, motivos para demonstrar seguidamente uma infelicidade profunda. Em determinado momento, o protagonista reflete acerca dos mistérios insondáveis da alma humana, exatamente os que tornam praticamente impossível definir fórmulas para a satisfação plena. O Reino da Beleza trata dessa dissonância entre o exterior e o interior, instância que encontra reflexo, talvez um pouco óbvio demais, mas ainda assim eficiente, na atividade de Luc como arquiteto. A perfeição das linhas e dos ângulos, a combinação das cores e as entradas impecáveis de luz não garantem necessariamente a harmonia, embora esta possa parecer superficialmente um bem inalienável, alcançado totalmente, aos que veem de fora.A presença de Lindsay (Melanie Merkosky), responsável, inclusive, por acessar o passado – já que a maior parte do longa-metragem ocorre em flashback – simboliza a interdição amorosa dessa desestabilização ampla que vai acometendo Luc, responsável por acelerar a demolição de seus ideais. Nas mãos de um cineasta menos atento às complexidades e mais afoito em garantir um fácil envolvimento emocional do espectador, O Reino da Beleza poderia ter se tornado um drama banal, especialmente se centrado no adultério e nas implicações morais das atitudes do protagonista. Sob a batuta de Denys Arcand, o que temos é uma realização que vai se desnudando lentamente, com tempo suficiente para saborearmos o que as pessoas em cena têm a nos oferecer, sem apelar a julgamentos ou a outras formas de reduzir os sentimentos em voga a um emaranhado de convencionalismos. Prova disso é a manifesta dor, oriunda da sabida impossibilidade, que sobrevém aos encontros tórridos de Luc e Lindsay.
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